Descubra se pode abandonar um voo na conexão e entenda o que é legal ou não nessa prática.
Abandonar um voo na conexão tem sido uma alternativa muito usada pelos viajantes que desejam fugir das as tarifas abusivas das companhias aéreas.
Porém é preciso cuidado para que descer na conexão não estrague a sua experiência de viagem.
Você está planejando a sua próxima viagem de avião e encontrou um trecho de viagem com conexão para o seu destino de preferência, mais barato do que um voo direto para o destino.
O que fazer nesse caso?
Afinal de contas, é possível pegar o voo e aproveitar a conexão para descer na cidade destino? Como ficam as bagagens despachadas nessa situação? É possível sair da área de embarque?
Abordamos essas e outras dúvidas neste artigo.
Embarque conosco nessa viagem e boa leitura!
O que é abandono de voo na conexão?
Essa prática é muito comum entre mochileiros e viajantes que buscam economizar, e tem até mesmo um termo próprio: “Skiplagging”!
Aqui, vamos te explicar o que é de fato o abandono de voo na conexão e porquê ele acontece.
O abandono de voo na conexão acontece assim: o passageiro compra uma passagem para um destino x, mas fazendo escala ou conexão no ponto onde realmente deseja desembarcar.
É uma prática comum entre muitos viajantes, pois é uma forma de economizar nas tarifas e valores dos vôos.
Em resumo, se sabe que os voos diretos tendem a ser mais caros do que os voos com conexão ou escala. E é desse aspecto que os viajantes que descem na conexão se aproveitam.
Ao desembarcar na conexão, o passageiro não completa o trajeto original da passagem que comprou, mas desce na cidade em que o voo no qual ele está faz conexão.
Dessa forma é como se o passageiro “abandonasse a viagem” no meio do trecho.
Porém, muitos passageiros se questionam se podem simplesmente desistir do próximo trecho da viagem e quais são as consequências disso.
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Pode abandonar voo na conexão legalmente?
Conhecida como “Skiplagging, a prática de abandonar o voo na conexão não é ilegal, mas não é bem-vista pelas companhias aéreas, que chegam até mesmo a considerá-la um golpe.
Porém, isso envolve várias questões éticas que abordaremos a seguir.
Com o aumento abusivo das tarifas aéreas em todo o mundo, essa prática tem se tornado cada vez mais comum por vários perfis de viajantes, especialmente pelos mais experientes.
Além das tarifas cada vez mais caras, muitas companhias aéreas também têm se tornado conhecidas por realizar práticas comerciais que não priorizam os passageiros.
Por exemplo, a prática do “overbooking”,que é uma venda realizada pela companhia onde ela vende mais passagens do que de fato estão disponíveis naquele voo.
É definitivamente uma experiência muito frustrante para o viajante chegar ao aeroporto e descobrir que, mesmo tendo comprado a passagem, não poderá embarcar.
Sobretudo por se trata de uma sobrevenda da companhia.
Dessa forma, a prática de abandono de voo na conexão é uma “brecha” contra os valores excessivos cobrados pelas companhias.
No entanto, sobre a legalidade, apesar de ser uma prática comum, já existe histórico de processos judiciais movidos pelas companhias contra passageiros que praticaram skiplagging.
Por exemplo, em fevereiro de 2019, a companhia aérea Lufthansa processou um passageiro que praticou “skiplagging” e está no momento exigindo uma indenização de US$ 2 mil.
Porém, em entrevista para a Folha de São Paulo, o advogado Igor Britto do Instituto do Defesa do Consumidor comenta:
A justiça brasileira leva muito em consideração essa lógica do consumidor ter pago por aquela viagem, o que daria a ele a liberdade de desistir do voo” IGOR BRITTO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO
Dessa forma, ainda não existe conhecimento de disputas jurídicas desse tipo no Brasil.
Apesar disso é provável que, se os preços das passagens e os serviços continuarem elevados, a estimativa é que a prática continue a incomodar companhias aéreas.
Como funciona a prática de abandonar voo na conexão?
Quando o passageiro faz a compra de uma passagem de avião com conexão é comum que ele receba dois bilhetes diferentes, um para cada trecho.
Dessa forma, é possível que o passageiro saia da área de embarque durante a troca de aeronave entre as conexões.
É possível até mesmo que o passageiro saia do aeroporto, porém surge uma questão fundamental relacionada às bagagens.
Como fica a questão das bagagens ao abandonar o voo?
É de conhecimento comum que, em caso de bagagem despachada em voo com conexão, as malas são recuperadas pelo viajante somente no destino final do voo.
Porém, no caso de o passageiro abandonar o voo na conexão, ele perderia acesso às bagagens e seria praticamente impossível recuperar as malas.
Porém, em caso de conexão, as bagagens são movidas de uma aeronave para a outra e em outros casos permanecem no porão da aeronave até o destino final.
Dessa forma, o “skiplagging” só é possível se o passageiro não despachar bagagens, isto é, se viajar somente com suas malas de mão.
Consequências e “punições” possíveis
Apesar de não ser um crime, a prática de abandono de voo na conexão é muito mal vista pelas companhias aéreas.
Dessa forma, caso a empresa note que você está fazendo a prática de descer na conexão, algumas consequências podem ocorrer. Tais como:
- Exclusão do sistema de milhas e de pontos;
- Multas e indenizações;
- Cobrança de taxa de “no-show”.
É essencial estar ciente dos riscos que se está correndo ao realizar o abandono de voo na conexão.
Cancelamento do voo da volta
Além das dificuldades citadas acima, é essencial observar que a companhia aérea pode cancelar a passagem com o trecho da volta.
Isso pode acontecer quando o passageiro emite as passagens juntas, sob uma mesma reserva.
Afinal, para a companhia, se você não chegou ao destino final, a companhia entende que você não estará no destino no dia do retorno.
Portanto, quando o passageiro não comparece ao voo da ida, o voo da volta pode ser automaticamente cancelado.
No entanto, isso é uma prática abusiva e que gera, inclusive, danos morais ao passageiro.
Por fim, é recomendado que o passageiro que planeja descer na conexão faça a compra das passagens separadamente, e até mesmo em companhias aéreas diferentes.
A prática de skiplagging definitivamente apresenta seus riscos e vantagens e cabe ao passageiro considerar a melhor escolha para o seu cenário.
Certamente é uma prática que ajuda a economizar nos valores das passagens aéreas, apesar dos riscos.
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(F.A.Q.) – Saiba mais sobre abandonar voo na conexão:
Sim, é possível, mas existem consequências a considerar. Entenda seus direitos antes de decidir.
As políticas variam, mas algumas podem cancelar seus voos subsequentes se você não embarcar na conexão.
Geralmente, não há reembolso para voos não utilizados, a menos que você tenha adquirido uma passagem reembolsável.
Não comparecer ao voo pode levar a problemas futuros, como cancelamento de outros voos em sua reserva.
Conheça as políticas da companhia aérea, verifique suas opções de reembolso e entre em contato com a companhia para esclarecimentos.
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Chief Operating Officer na Resolvvi, advogado de formação, Jesus escreve artigos para o Portal Resolvvi sobre os problemas com voo que milhares de passageiros enfrentam todos os dias.