Fiz um acordo com o banco e não consigo pagar, e agora? Embora seja um ato não indicado, o atraso do pagamento da dívida renegociada é algo mais comum do que se imagina.
Entretanto, o número de brasileiros na inadimplência é alarmante e essa ação pode trazer consequências tão prejudiciais quanto estar endividado.
Quebrar um acordo é uma coisa séria e deve ser resolvido com urgência, considerando que o devedor pode perder todos os benefícios obtidos na renegociação.
Por exemplo, o abatimento de juros, o que torna a dívida original ainda maior, e seu nome pode reaparecer em cadastros de inadimplência como Serasa e Boa Vista.
O que acontece quando faço um acordo com o banco e não consigo pagar?
Se você fez um acordo com o banco e não conseguiu pagar, as consequências podem ser severas. Além de ter o nome inscrito no cadastro de inadimplência, você pode:
- Sofrer cobranças;
- Perder bens que possua para pagar a dívida;
- Ter dinheiro em conta penhorado;
- Perder negociação com abatimento de juros e multas, e enfrentar dificuldades para conseguir outra renegociação com melhores condições.
O credor pode inscrever o nome do devedor no cadastro de inadimplentes assim que a dívida não for paga. Este cadastro é vigente por 5 anos, a contar da entrada do nome no cadastro.
Porém, se a dívida for renegociada e não paga novamente, o nome poderá ir para o cadastro de inadimplentes por mais 5 anos.
Por outro lado, o devedor não pode ser preso por causa de dívida, sofrer cobranças vexatórias, nem perder o único imóvel de família para pagar dívidas.
Imóveis só podem ser penhorados para pagar uma dívida caso ela seja relativa ao próprio imóvel, como IPTU, condomínio ou financiamento.
Leia também: Você sabe quais bens podem ser penhorados para pagar dívidas?
Para sair dessa situação, o devedor pode procurar o Procon de sua cidade.
Por exemplo, em São Paulo, há um núcleo de ajuda aos “super endividados“. As centrais de proteção ao crédito também oferecem ajuda para renegociar dívidas, como o Serasa Experian e o Serviço Central de Proteção ao Crédito.
Outra opção para resolver o problema de quem fez um acordo com o banco e não pagou a dívida é buscar um advogado de sua confiança.
Fiz um acordo com o banco e não consigo mais pagar: Entenda como fazer a renegociação!
Se você fez um acordo com o banco e não consegue mais pagar, mas precisa resolver o problema, basta seguir os passos listados abaixo para obter uma boa renegociação com a instituição financeira:
1) Faça cálculos realistas
Não adianta chegar à mesa de negociação do banco e aceitar uma proposta ao qual você não terá condições de pagar.
Portanto, o primeiro passo é analisar sua receita líquida do mês, descontar impostos e benefícios e subtrair despesas básicas, como moradia e saúde.
Após esse cálculo, o consumidor deve cortar os gastos supérfluos. O resultado desse cálculo é o que deve ser proposto como pagamento mensal da dívida.
Além disso, durante as negociações, seja por telefone, internet ou presencialmente, sempre anote o nome, protocolo de atendimento e o que foi acordado na conversa. Essas informações podem ser muito úteis caso haja algum problema futuro.
Quer saber como se organizar financeiramente para pagar dívidas? Então leia este conteúdo agora mesmo.
2) Analise o contrato
Antes de renegociar a dívida, verifique se o contrato do financiamento não contém irregularidades, seja porque provoca prejuízos consideráveis ou cobra taxas a mais.
Caso haja alguma irregularidade, o consumidor deve denunciá-la aos órgãos de defesa do consumidor e ao Banco Central, e usar isso como base para buscar um acordo com o banco.
Dessa forma, será possível melhorar as condições de pagamento da dívida.
Leia também: Delegacia do consumidor: Saiba tudo sobre o DECON
3) Pesquise as condições oferecidas por outros bancos
A dívida pode ser transferida para outra instituição financeira que ofereça melhores condições de pagamento.
Por isso, ao estudar taxas de juros, prazos e benefícios oferecidos por outras instituições, os clientes podem pressionar seus bancos a oferecer condições semelhantes.
Se o acordo não for alcançado, o consumidor deve considerar a transferência da dívida para outra instituição financeira. Alguns bancos não exigem abertura de conta corrente nesse caso.
4) Proponha soluções durante a conversa
É necessário participar ativamente do acordo. Porém, para isso, é necessário fazer sugestões razoáveis.
Por exemplo, caso o consumidor tenha contratado um financiamento de veículo em 48 parcelas, com juros de 1,2%, e em apenas três meses de pagamento atrasar a parcela, a instituição financeira dificilmente reduzirá os juros do contrato.
Nesse caso, é melhor renegociar tarifas extras, como seguros, por exemplo.
Por outro lado, no caso do financiamento de veículos e outros bens, os juros geralmente só podem ser negociados quando o período de inadimplência ultrapassa três meses.
Após esse período, o banco pode passar a cobrar juros de mora, o que aumentará a taxa de juros estipulada em contrato.
Entretanto, caso a dívida seja no cartão de crédito, a situação muda. Os juros cobrados no cartão, em média de 10,5% ao mês, podem ser considerados abusivos.
Portanto, no momento em que o consumidor verificar que não conseguirá pagar a fatura do cartão, é necessário pedir imediatamente a suspensão de cobrança de juros futuros e renegociar o débito o quanto antes.
Aproveite para apresentar as simulações de crédito que realizou em outros agentes financeiros para negociar uma proposta igual ou inferior.
Muitas vezes, o banco irá optar por reduzir os juros da dívida para não perder o cliente para a concorrência.
5) Analise a contraproposta do banco
Antes de aceitar a proposta oferecida pela instituição financeira, no calor da negociação, peça um tempo para refletir sobre as condições do acordo.
Geralmente, a primeira proposta do banco costuma vir com valores altos e apenas alonga a dívida, repartindo o débito em mais parcelas para dar a impressão de que a prestação não vai pesar no bolso.
Porém, é necessário analisar se há, de fato, um benefício na opção.
Ou seja, verificar se o prazo proposto para o pagamento da dívida não é muito extenso e se, em um tempo menor, é possível que as parcelas ainda caibam no bolso do consumidor.
A taxa de juros cobrada também não deve estar acima da média praticada no mercado, o que pode aumentar de forma considerável o valor da dívida, além dos riscos de um novo descontrole no futuro.
Juntar todas as dívidas do banco em apenas um débito também pode não ser uma solução. Ao fazer isso pode ser mais difícil calcular o benefício do acordo, já que cada modalidade de crédito tem uma taxa de juros específica.
6) Não se intimide
Muitas pessoas evitam esse tipo de conversa, mas é importante lembrar que fazer um acordo com o banco e não conseguir pagar a dívida é uma realidade para milhões de brasileiros.
Por isso, você não precisa se sentir intimidado em realizar o pagamento da dívida.
Converse com o atendente de igual para igual e demonstre interesse em arcar com o débito.
Porém, somente feche o negócio se as condições ofertadas estiverem de acordo com a sua realidade financeira. Muitas pessoas acabam caindo em armadilhas na tentativa de sair das dívidas.
Por exemplo, algumas instituições aproveitam o momento de fragilidade e assediam o cliente ao condicionar a renegociação da dívida à contratação de serviços.
Essa prática é considerada venda casada e é proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. Nesse caso o consumidor não deve aceitar nenhuma proposta que traga ônus e serviços que não irá utilizar.
Além disso, a forma de cobrança, caso seja feita em tom de ameaça, também pode render indenizações.
7) Se não houver acordo, peça ajuda
Caso não seja possível entrar em um acordo com o banco, é possível pedir ajuda de forma gratuita.
Os Núcleos de Superendividamento do Procon e a parceria da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com as Defensorias Públicas do Estado do Rio de Janeiro, de Rondônia e do Tocantins auxiliam acordos entre consumidores e instituições financeiras.
Porém, ambas as opções são apenas para clientes que se enquadrem no perfil de superendividado e já estão inadimplentes. Para quem precisa de ajuda e não se enquadra no perfil, pode ser necessário contratar um advogado, e arcar com as despesas do serviço.
O endividado pode também buscar soluções online para a renegociação da dívida de forma rápida, sem burocracia e segura, como o Blu365 e o Serasa Limpa Nome.
Leia também: Como participar do Serasa Limpa Nome?
8) Participe de feirões de negociação
Antes de buscar um acordo com o banco, verifique também se há mutirões para renegociar débitos a serem realizados e se a instituição financeira participa dessas negociações.
Importante lembrar que esses eventos não têm um cronograma fixo.
Entretanto, as condições oferecidas nos feirões geralmente são melhores do que as oferecidas em acordos individuais. Isso porque o banco busca receber pagamentos pelo volume de acordos, e não pelo valor de cada negociação.
Mesmo assim, o consumidor deve se preparar para a negociação. Na ansiedade de resolver o débito durante o evento, o acordo pode ser desfavorável ao cliente do banco.
Além disso, alguns órgãos de proteção ao crédito e até mesmo instituições financeiras promovem feirões para facilitar o pagamento de dívidas. São ótimas oportunidades para conseguir condições especiais para quitar o débito.
O Feirão Limpa Nome do Serasa Consumidor, por exemplo, possibilita a negociação da dívida de forma totalmente online, sejam dívidas negativadas ou contas atrasadas.
No site, é possível visualizar todos os débitos pendentes e negociar diretamente com o banco, desde que ele seja um parceiro do Serasa.
9) Não caia de novo na armadilha
Após negociar e chegar em um acordo com o banco, fique atento para honrar o compromisso firmado, mantendo o pagamento das parcelas em dia.
Além disso, é importante manter o orçamento sob controle para evitar cair em outro endividamento.
Isso porque, caso o consumidor caia em reincidência, ou seja, se não for possível pagar a dívida novamente, a instituição financeira será menos flexível em uma nova renegociação e as condições de pagamento podem ser menos favoráveis.
Pagou a conta e seu nome continua negativado? Você pode ser indenizado!
O credor tem prazo de até 5 dias úteis para retirar o nome do cadastro de inadimplentes, contados a partir da assinatura do contrato da renegociação.
Se não fizer isso, o devedor tem o direito de exigir seus direitos e buscar uma indenização.
Para exigir seus direitos, basta contar com a ajuda da Resolvvi. Vamos buscar um acordo com a empresa para limpar seu nome e te pagar uma compensação em dinheiro pelo erro da empresa.
Você pode buscar uma indenização com a Resolvvi caso:
- Já tenha pago e, mesmo assim, a empresa negativa ou mantém o nome negativado do cliente (após o pagamento, o prazo para remoção da negativação é de até 5 dias úteis);
- Tenha sido negativado pela empresa por uma cobrança indevida, relativa a um serviço não contratado;
- Sua dívida possui data de vencimento de mais de 5 anos atrás e o mesmo assim seu nome continua negativado;
- Teve o nome negativado indevidamente pela empresa por um serviço que já havia sido cancelado.
Leia também: Paguei a dívida e meu nome continua negativado, como resolver?
O que ganho ao cadastrar o meu caso?
Os principais benefícios de exigir seus direitos por nome negativado indevidamente são:
- Limpar o meu nome;
- Melhorar o meu score e minha saúde financeira;
- Receber uma indenização em dinheiro pelos danos morais que sofri.
Como funciona:
Verifique seu caso
Responda algumas perguntas sobre o seu caso e descubra na mesma hora se você tem direito a uma compensação.
Comprove a negativação
Envie um print/foto da situação do seu CPF. A consulta é grátis no Serasa e/ou Boa Vista. Comprovar a negativação é essencial.
Nós resolvemos tudo
Imediatamente após o envio das informações, iniciamos os procedimentos para excluir a negativação indevida.
Você só paga se ganhar
Você paga apenas se receber uma compensação (30% do valor recebido). Se não ganhar, você não paga nada.
Analista de Operações Jurídicas na Resolvvi e advogada de formação, Gabriela escreve artigos para o Portal Resolvvi sobre direitos do consumidor.